Claudemir Pereira

Desenho indica PSDB hoje no poder e fora do pleito majoritário

O partido no comando do Poder Executivo municipal deixar de apresentar candidatura a prefeito, embora algo raro, não chega a ser uma novidade. As duas administrações geridas pelo MDB, antes de Jorge Pozzobom, são o exemplo mais acabado disso. 

Primeiro com Magali Marques da Rocha, depois com Francisco Harrisson, apresentou-se apenas a vice, coadjuvando, respectivamente, Fabiano Pereira (PSB), em 2016, e Sergio Cechin (PP), em 2020.

 

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Agora, um partido não ter concorrente sequer a vice-prefeito, o colunista recorreu a todos os alfarrábios, e estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral, e não encontrou caso algum desde os tempos do regime militar. Isto é, há pelo menos 60 anos essa situação inexiste em Santa Maria. Aliás, agremiação no poder vai à luta mesmo que seja para perder.

 
Pois, creia, a menos que o PSDB encontre algum candidato a vice dentro de suas fileiras, e o nome apoiado para prefeito aceite, essa heterodoxa situação se verificará no próximo ano. Isto é, os tucanos, exceto se algo diferente (e hoje imprevisível) aconteça, estão fora da disputa à sucessão de Pozzobom.
Beira o inacreditável, pelo inusitado, mas a situação vista hoje permite essa observação. Com a decisão do vice Rodrigo Decimo, a se confirmar, de filiar-se ao PL, e em não havendo nome do PSDB, o partido no comando o deixará.

 
Alguém dirá, não sem alguma razão, que isso será evitado. Até pode ser, mas não parece essa a perspectiva do momento. Decimo gostaria, inclusive para contrabalançar seu próprio perfil, de alguém mais afinado com as camadas populares. O único tucano com essa perspectiva, hoje, afora restrições possíveis da agremiação, seria legalmente inelegível para um cargo no Executivo.

 
No caso, Admar Pozzobom, irmão do prefeito e, nessa condição, só pode ser candidato à reeleição. Outro nome que circulou como possível vice, e que agradaria ao candidato a prefeito, não necessariamente ao PSDB, seria o de Adelar Vargas, edil do MDB. Ou mesmo Alexandre Vargas, do Republicanos.

 
Porém, e apenas por suposição, se qualquer um deles aceitasse, ainda assim não seria tucano, nem se imagina que um deles, ou ambos, desembarque do navio atual em março do próximo ano, a data possível.

 
Enfim, o que se tem, no momento, é o inusitado. O PSDB abriria mão de ter nome na chapa majoritária e apenas apoiaria uma dobradinha do PL com outro partido? Ou “inventará” nome para secundar Decimo? Ou, terceira possibilidade, ainda mais improvável, dados os compromissos e apoios já assumidos, abrirá mão do atual vice e partirá para uma carreira solo? Ou, quarta alternativa, pressionaria o vice a se filiar não ao PL, mas ao PSDB?

 
Pooois é. Fato, fato meeeesmo, até aqui, é apenas o tucanato fora da disputa majoritária em 2024. Que tal?


Anúncio da aliança PT com UB leva a inusitada correria à direita  


Foto: Guto Guterres


Veja só. O PT sequer confirma (embora o mundo inteiro saiba) que Valdeci Oliveira é seu pré-candidato a prefeito. Mas os petistas já anunciam, a quem quiser ouvir, que o partido se aliará ao União Brasil, em arrojado (sem juízo de mérito) movimento feito com a direção estadual, em consonância com a nacional. Mais, será do UB o vice, José Farret, que já foi de tudo na política local e sempre por partidos conservadores.  

 
Pois bem, há dias a menos de 14 meses antes do pleito, esse anúncio (como mostra a foto, com os graúdos e fiadores da futura coligação) provou singular correria do lado destro da política local. Tanto que 16 militantes grandões, incluídos vereadores, vice-prefeito e presidentes de oito legendas se reuniram para traçar cenários futuros e como reagir ao que se diz sobre o favoritismo da dobradinha petista-ubista.

 
Diz-se, mas eles não confirmam e há quem diga que até embrabecem ao ser citados como tal, que o chamamento do encontro realizado em local “neutro”, na segunda-feira, tenha sido chamado pelos líderes do PP e do Novo, respectivamente Pablo Pacheco e Giuseppe Riesgo.

 
Tá, mas e do que trataram e “decidiram” os participantes, vinculados também aos partidos PL, PSDB, Podemos, Republicanos e até ao União Brasil (o lado governista) e ao MDB (que não fecha com a atual direção)? Um, que vão continuar conversando. E dois, que vão se unir no segundo turno contra os petistas em particular e a esquerda em geral.

 
Novidade? Nenhuma. Exceto que desse grupo sairão dois, quem sabe três, candidatos a prefeito. E apoio no segundo turno também não se pode afirmar com absoluta certeza. Afinal, como se sabe, está tão longe do pleito que os fatos acontecidos nos últimos dias indicam apenas e tão somente nervosismo pré-eleitoral. O que pode ser bom. Ou não.


A missiva de Marcelo Bisogno e o carinho para (alguns) pedetistas

O agora ex-pedetista Marcelo Bisogno- e futuro presidente municipal do União Brasil - escreveu longa missiva (disponível na internet) ao Diretório Estadual do PDT gaúcho.   

Afora, no texto, confessar não ter mágoa do presidente Ciro Simoni, ressalvando porém sua “decepção” com o dirigente maior do partido no Rio Grande, citou um punhado grande de militantes de sua agora ex-legenda.

 
A maior parte da manifestação, que se diga, foi feita de palavras carinhosas. Entre os agraciados com o mimo verbal estão o prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas, e o coordenador regional Eduardo Vargas. Também receberam referências elogiosas, entre outros militantes, o deputado federal Afonso Motta, a ex-deputada estadual Juliana Brizola, e o ex-presidente Romildo Bolzan Júnior.

 
Igualmente citou positivamente a Lino Furtado, da equipe de trabalho de Mota, o ex-deputado Vieira da Cunha e o hoje também fora do PDT, José Fortunati, ex-prefeito da capital. Nenhuma citação foi feita sobre desafetos políticos (todos conhecidos). Aliás, aliados ou não, também ninguém de Santa Maria foi lembrado na carta.


LUNETA

Decidido
Mesmo antes da reunião de quarta-feira, em Santa Maria, a Executiva Estadual do Novo já havia batido o martelo, em encontro semana passada: o partido terá mesmo candidato próprio à prefeitura de Santa Maria. E mais: a opção é, sim, Giuseppe Riesgo. Avaliação dos graúdos é que mesmo sem se reeleger, a votação aqui (10,2 mil votos dos 28 mil totais) é tida como promissora e com boa chance de crescer.


Decidido (II)
Líderes do Novo creem que, mesmo jovem, na idade e na política, Riesgo é nome atrativo para “fazer frente ao PT e, principalmente, ao Valdeci”, como disse ao site um partícipe da reunião. Ah, e a decisão tem efeito colateral: sepulta a possibilidade do ex-deputado concorrer a edil na capital. Aliás, cogitação que para muitos seria “fogo amigo”, de vez que o próprio Riesgo nunca manifestou interesse.

 

Só em março
A vereadora Luci Duartes (foto) tem procurado se equilibrar ao máximo, calibrando a opinião sobre o desfecho da crise do PDT e que redundou na saída do ex-presidente Marcelo Bisogno. Não obstante, porém, anúncio público de manter-se no partido, decisão definitiva, creia, será tomada mesmo é em março, o “mês da traição”, em que pode haver troca de sigla sem risco de perder mandato. Até lá...

 

Rádio Corredor
Faltando ainda quase cinco meses, os corredores do Palacete da Vale Machado já se agitam, veja só, por conta da eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores. E o que diz a rádio informal? Que a única coisa garantida é que Manoel Badke, ainda no União Brasil, será o próximo presidente. Mas o que está “pegando”, então: a vontade de uns e outros de isolar o PT e, de inhapa, o PSDB. Que tal?

 

Para fechar!
É de elogiar, meeesmo, a resiliência dos professores municipais. Nunca, liderados por seu sindicato, deixaram de se mobilizar em torno de suas reivindicações. E numa escalada bastante interessante de métodos, evoluíram ao ponto de chegar-se à “Operação Tartaruga”, acumulando forças internas para, se for o caso, tomar atitude ainda mais firme. Que esperam não seja necessária. Mas, se for...

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